Sunday, July 1, 2007

Os prazeres

Entrego-me aos prazeres da carne sem pensar nas complicações dos sentimentos. Sentir sem fim, nem barreiras, nem preconceitos. Sou todo eu terminais nervosos sensoriais explodindo em sinapses constantes a cada toque, a cada beijo.
Depois os neurónios entram em jogo e com eles os sentimentos e por vezes um racionalismo absurdo que me faz pensar em tudo e em nada e chegar a imensas conclusões contraditórias. Pergunto-me tanta coisa... e chego a muitas respostas, mas a mais importante de todas é: quem sou eu?
Ainda não tenho uma resposta porque durante demasiado tempo fui algo que não sabia que era e agora sou aquilo que achava que era antes mas não sei se é o que quero ser. E pelo meio penitencio-me pela manhã para não resistir à noite aos prazeres que a vida me dá.

Wednesday, June 27, 2007

Hoje o sol nasceu!

Foi um dia como os outros. Despertador. Acordar. Banho. Vestir. Maquilhar. Café num trago. E pão sem sabor nem frescura. Carro. Trabalho. Conversa. Almoço. Trabalho. Trabalho. Trabalho. Carro. Casa. Cansaço. E no fim.... No fim ouve um abraço profundo! O sol punha-se a uma velocidade estonteante mas valeu a pena ter olhado o dia ainda que por breves instantes...

Sunday, June 24, 2007

Sem sabor

Sabes amiga, tenho medo do futuro! E não sei porquê!
Tenho o amor que desejei e amo também, estou a viver o sonho que quis, mesmo que por vezes pareça pesadelo, tenho amigos, família, colegas e muitos sonhos e planos. Tenho dias de inspiração soberba, de uma perfeição quase irreal! Tenho dias de trabalho magnífico, dias em que sinto que posso ser extraordinário e não apenas mais um.
Depois tenho dias, ou horas nesses dias em que o medo me invade, toma conta de mim, receio que o hoje não dure até amanhã. Sinto-me invadido por uma tristeza que me consome aos poucos e me rouba a alegria que os dias me deveriam dar.
Quero ser feliz por inteiro mas continuo a viver pela metade. Não sei o que me vai trazer o amanhã, mas o hoje foi triste. Talvez fruto da ressaca, talvez porque ontem foi assim... sem sabor.

Saturday, June 23, 2007

Sem querer

Sem querer ele entrou... Não pediu licença, não perguntou se eu aceitava, não quis saber se ia deixar a marca da partida... E eu permiti, já não posso voltar atrás. E não venham com essas palavras de pseudo-optimismo de que a só não há retorno na morte, mas que mesmo assim o tempo tudo cura. A morte e o tempo não curam. Desenganem-se essas almas perdidas apenas naquilo que vêm. A morte nunca passa e o tempo passa para empurrar para dentro, mais fundo o que já foi felicidade.
Ele quando chegou abriu as janelas e fez-me sentir uma borboleta. Agora faz-me pensar no amanhã. Eu nunca pensei no amanhã... Fez-me sorrir. E eu que só queria rir... Fez-me pensar num sentido para tudo. E eu que só queria ver tudo para ter um sentido...

"Porque o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura..."

Friday, June 22, 2007

Cegueira no meio do nevoeiro

Porque são as pessoas, algumas pessoas tão cegas que não vêem o que esta mesmo à sua frente? Ou serei eu o cego por não ver que poucos vêem a vida como eu vejo por entre o nevoeiro?
Será dificil perceber que o que sinto e quem sou não muda de um dia para o outro. Não muda o amor, não muda a amizade, não muda o respeito. Penso em todas as pessoas que gosto e com quem me preocupo sempre da mesma forma, mesmo que em certos dias pareçam não ser as mesmas pessoas por quem me apaixonei, as pessoas bonitas que admiro e respeito!

Thursday, June 21, 2007

Certezas e dúvidas

Serão certezas que procuro ou apenas respostas às dúvidas que me acompanham?
Tenho dias em que os ponteiros do relógio até giram no sentido certo, e o sol nasce na hora certa, e quando escurece a lua sobe no céu, e se as nuvens não aparecerem consigo ver estrelas também.
Mas ele há dias em que nada faz sentido: acordo mais cansado do que me deitei, acordo triste e perdido sem o sorriso com que me deitei, acordo vazio sem a plenitude da noite passada.
E é claro amiga que tenho dias em que não sei o que fazer, deitado só na minha cama ora quente, ora fria. Tenho dias em que tento perceber se quero adormecer e acordar num dia novo (porque amanhã é sempre um novo dia) ou se quero ficar de olhos abertos olhando as estrelas no tecto do meu quarto e divagar entre as minhas memórias. São assim dias, ou melhor, noites de apatia física e hiperactividade mental, sentimental... Ou será a apatia geral?
Sou, assim, aquele bicho estranho, daquela espécie estranha a que pertencemos, os românticos, poetas, escritores de gaveta, científicos dos sentimentos que vivem com o coração todo e amam a vida e os outros com o corpo todo, e que procuram nas leis da física a explicação para a irreverência das nossas vidas!

Perceber ainda não chega

Foi com incredulidade que percebi. E foi num turbilhão de obrigações e conflitos que pensei que amanhã seria diferente. Não eram esses furacões, do tudo feito em nada da rotina, que não deixavam que o sono chegasse. Não era o medo que que a vida fosse pequena para mim... Não era a falta de amanhã certo que impedia que o sono chegasse... Afinal é tudo ao contrário. É fobia que o dia seguinte nasça igual ao anterior. É pânico que os caminhos se repitam dia após dia sem desvios de percurso. É terror de pensar que o tudo que estou à espera seja apenas o pouco que hoje vejo. Não tenho medo de não dormir e de o coração estar às voltas sobre si mesmo. Não tenho medo dessa insónia de quem está só. Tenho é medo de pensar que amanhã a mesma insónia regressa...